quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal!



Inicialmente minhas congratulações e felicitações a todos os leitores por esta data tão especial! Congratulo-os no dia 24 pois este sempre me foi mais natal que o dia 25 propriamente dito. Toda a emoção da espera, os preparativos da ceia, os amigos secretos, até que finalmente vem a queima de fogos e os presentes.


Gostaria de, com a permissão do leitor, fazer uma breve explanação dos natais que vivi até aqui. Nasci em 88 (não consegui calcular ao certo quantos natais houveram nesse meio tempo), e todos os natais foram passados da mesma forma: na casa da minha avó materna, com todos os tios, primos e etc (até meus avós paternos vem). Como o César bem explicou no último texto deste blog, obviamente isto tras alguns problemas, mas hoje gostaria de focar nas coisas boas.


Desde que me lembro as coisas são bem iguais, primeiro vem o papai noel (antigamente na época da vacas gordas era contratado, hoje em dia é algum dos tios), depois a ceia, depois o amigo secreto então saimos pra ver os fogos, voltamos e as vezes fazem uma ou outra brincadeira ou sorteio. Como vocês podem imaginar a festa dá trabalho, e os preparativos são longos, como moro bem perto da minha vó sempre há aquela ansiedade que a preparação de alguma coisa causa. Com o tempo, os netos cresceram e os adultos quiseram tirar o papai noel, lutamos e conseguimos manter esta tradição para alegrar os netos mais novos que vão chegando. Sempre foi uma festa bem legal.


Com o tempo, quando cheguei à adolescencia não consegui me sentir diferente no natal, parecia que aquela magia havia se perdido (nem a coca fazia a propagando dos caminhões mais, "o natal vem vindo, vem vindo o natal.."). Comecei a me preocupar, eu sempre soube que o natal não era sobre os presentes, mas sim sobre o nascimento de Jesus, afinal sempre frequentei a igreja. E isso começou a me preocupar, por que eu não mais sentia uma emoção especial no natal? Assim se passaram alguns anos, uns melhores outros piores, até que um dia me vejo escrevendo um texto para o blog em plena véspera de natal.


Nada contra, acho ótimo. Mas acho que preciso explicar algo que me aconteceu esta semana. Saí ontem ou antes para comprar alguns presentes que faltavam, e fui abordado por um vendedor de doces na rua, ele era paralítico. Comprei os doces, mas não para ajuda-lo e sim porque gostava daquela bala. Depois refletindo no assunto comecei a me sentir mal. Não sei porque as vezes fico deprimido porque numa época tão feliz como essa sempre me foi (ao menos na infancia) tem tanta gente sofrendo, sem condição de sequer torcer por uma vida melhor.


Percebi então que aquela felicidade incoente da infancia não mais voltará, afinal agora jamais consigo ignorar o fato de que enquanto comemos e bebemos bem, há outras pessoas que por vezes sequer comem. Não sei se algum dia aquela antiga sensação voltará, acho que não. Interessante que nem na igreja senti algo diferente no natal, é estranho falarem tanto do nascimento de Jesus e se esquecerem do verdadeiro motivo porque Ele veio, o amor. Jesus afirma que todos os mandamento podem ser resumidos em "Amar a Deus sobre todas as coisas, e o próximo como a si mesmo".


É dificil amar alguém, e mais dificil ainda é fazer os que você ama felizes. Acho que no fim o natal será isso: um alerta de que nada adiante as luzes coloridas, os enfeites, os presente e a comida, de nada adianta um discurso cristão vazio se nao lutarmos pelo amor. E creio que o primeiro passo para amar a todos é começar a não fechar os olhos para os que estão a nossa volta, principalmnte os que sofrem.




(Minhas excusas se o texto ficou 'sem pé nem cabeça', isto provavelmente se deve ao fato de eu ter voltado ao velho hábito de escrever sem esquematizar o texto antes. Desejo a todos um feliz natal e um próspero ano novo, com muita incomodação na consciencia daqueles que se conformarem com o mundo do jeito que ele esta).

Um comentário:

Carlos Pegurski disse...

Bonito texto, Caco. Um presente ao blogue.
Não sei se falou enquanto cientista social em potencial ou cristão consciente, mas concordo, seja por cá, seja por lá.
Abraços.