quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Da Conspiração

Ensaio etnográfico sobre as relações conjecturais ocultas matrilineares

Foi publicada no jornal Gazeta do Povo – esse gigante da comunicação provinciana, extensão da Democracia sobre a qual edificaram conhecimento dois escritores malfadados de blogues fenixianos –, há pouco mais de um mês, uma matéria bastante interessante a respeito de John Maynard Keynes [ver retrato capturado durante um recreio].
Além da versatilidade profissional do aparentemente disposto senhor [que, além de economista e professor universitário, foi também fundador de uma escola], chamava a atenção na matéria uma caricatura feita do mesmo, que ocupava uma página inteira do jornal, muito mais rica em detalhes do que a ofertada por este modesto blogue. O Sr. Keynes, se não me engano com bigode, fora retratado com um colete social, jovial e leve, que lhe permitia movimentos largos – quem lida com crianças precisa, de fato, dessa liberdade e bem-estar.
Observe-se o quão ecologicamente sustentável – eu ouvi ISO? – é escrever “colete social, jovial e leve”, e não “colete social, leve e jovial”. Hoje em dia, com o advento da crise, em um blogue cada vez mais globalizado, poupa-se até cacofonia.
Chamo a atenção para o fato de que, não obstante o Sr. Keynes mereça análise mais pormenorizada acerca de sua contribuição para a macroeconomia mundial e seus implicantes na área da política e da sociologia, não entraremos nesse mérito. Este apanhado tem por objetivo expô-lo a uma observação crítica e racional, a partir do viés pseudo-semiótico, baseado na famigerada página intermediária do caderno de Economia em que foi encontrado. Afinal, desde que a neoliberal Margaret Thatcher mostrou não saber organizar sua própria Bolsa, em meados desse ano, os holofotes do mundo modista se voltaram para Keynes, forte tendência para os outonos que estão por vir.
Por rigor metodológico, desconsideraremos algumas interferências, ainda que oportunas. Entre elas, o fato de o Sr. Keynes ter como segundo nome “Maynard”, alcunha análoga ao colunista responsável pelo fim da Revista Veja. Além disso, forças ocultas fizeram com que o Sr. Keynes em nada contribuísse para a nobre área da Antropologia, o que nos poupa esse desgaste. Feito os adendos, continuemos nossa abordagem do ponto de vista seriamente científico.
A respeito do traje em que Keynes foi representado nas célebres páginas da independência midiática, destaco o depoimento de Carlos Augusto Pegurski, 20 anos:
“- Meu, o cara tava desenhado todo na beca, tooooooooodo meninão! Vai pôr tudo a baixo!”
O discurso do jovem Carlos, embora se mostre no decorrer da entrevista de um requianismo judaico-critão-ocidental excessivamente fundamentalista, é capaz de traduzir com inexplicável perspicácia e clareza os objetivos político-conspiracionais do Sr. Keynes e do berço da católica Ordem Liberal, ao publicá-lo sob determinada imagem.
O Sr. Keynes faleceu no inverno de 1976. Ou seja, 25 anos antes do ataque ao World Trade Center. Caso não lembrem os senhores, 25 é o número de legenda do DEMO [que não permitiremos que perca a majestade de PFL, nem de filho da Thatcher]. E caso não notem os senhores, que essas ligações são por demais subliminares, o Demo é nome vulgar por que é chamado o Tinhoso, político de centro bastante hábil.
Não precisaríamos de maiores evidências, mas as verdades científicas não podem deixar que o bom senso simplesmente considere razoável o argumento plausível. É preciso mais. É necessária a prova dos nove: a cabala.
“John Maynard Keynes Ama de Paixão a Gazeta do Povo”, traduzido para o russo – por que russo? – e colocado para rodar ao contrário em um vinil de junho de 1966, resulta em “ез перевода, а не установка”. Isso mesmo senhores. Que fiquem os empiristas bem enterrados, mas os olhos não enganam a esse ponto. É mesmo assustador.
Porém, o que argumento que considero mais forte está na música Desenho no Jornal [em clara homenagem à matéria que viria a posteriori], do trio Sá, Rodrix & Guarabira. No sétimo verso da música, eles cantam:
“Eu vou te encontrar nas torres de 130 andares”.
Para conferência, no caso de julgar o blogue insuficiente, dar uma olhadela em http://letras.terra.com.br/sa-rodrix-guarabyra/470142/.
Encerro por aqui meu relato. Que os fatos falem por si e provem o que há de obscuro. Espero não provocar tamanho reboliço científico trazendo a verdade à luz da verdade como fez Freud, ao dizer que as crianças tinham impulsos sexuais. Pretendo apenas desvendar as ligações implícitas que costuram a história mundial e, no limite, homenagear as instituições que nos fomentam o limiar da insensatez sobre a imaginação.

4 comentários:

Gabriela disse...

Hahaha
Acho que você precisa voltar a trabalhar, Cah! :O

Gostei mesmo estando cansada! ;)

Anônimo disse...

AAARRRRHHH!!! esse merece varios tiquetiques!! adorei o seu depoimento "tooooooooodo meninão!".

;)

Anônimo disse...

O cara sai do curso de neuróticos e aí então fica neurótico, vai entender...

Mas detalhe que, pra variar, tudo começa com a observação das roupas usadas; voce tem um quê de estilista Carlos!

Carlos Pegurski disse...

¬¬