sábado, 6 de dezembro de 2008

Teoria da Dualidade

Minuta de tese de pós-doutorado, valendo um milhão de exemplares rendidos e a cadeira do imortal Paulo Coelho tão logo sofra eufemismo

Roma: você lembra dos nomes do primeiro triunvirato? E do segundo? Não? Pois é. Três dá cagada. É fatal até pra memória. Como dizem, três é demais. Não foi por acaso que a Itália virou no que virou. Tudo culpa do Tito Lívio e daqueles outros dois. Graças a eles, a Itália virou expert em máfias, salames e ditaduras clericais seculares. Custava eleger um macho-alfa, como a Aline, pra por ordem na bagaça?

Sigamos. Como diz o título, tudo é uma dicotomia. Veremos com profunda seriedade a seguir algumas evidências empíricas que servirão de subsídio para sustentarmos a Teoria da Dualidade.

O um precede o zero em seqüências incomensuráveis, compondo binariamente o mundo em que vivemos. Times e arial. Negrito e itálico. Clique ou não clique. Ligue ou desligue. Dentro de um carro ou de 1024 caracteres, pode-se acessar [ou não] um globo inteiro. Ou sim, ou não. O homem conseguiu sintetizar as teses e as antíteses de uma vida em outra, virtual, programada e resolutiva. A máquina é a pronta-resposta, o contra-comando. É o complemento do homem, e sua negação, por princípio. Rodas dentadas e bocas vazias agitadas mecanicamente. Sistemática perfeito, correto? Quase. No lugar da relação dialética da ferramenta e do produtor, colocou-se outro homem – o amante –, que não é nem um, nem outro. Ao invés disso, é humano, e tem fome.

O pão engendra o circo em seqüências históricas, compondo visceralmente o mundo em que vivemos. Desde o insight de Gutemberg e das marselhesetes, têm-se multiplicado a impressão de impressões causais sobre esse fenômeno. Maslow, para a complexa cadeia de necessidades, anseios e estruturas cognitivas humanas, criou uma pirâmidade. Pirâmides têm três lados, as mais famosas são três. Batata. O que era uma teoria da motivação [minúsculo proposital] entrou na Academia com força total e hoje em dia, com o advento dos clichês tecnológicos, a superficialidade crítica impera. Para Maslow, o ser humano passa fases como em um jogo de vídeo-game. Aos etíopes, jogadores iniciantes, restam duas saídas: 1) os diversos resets e revezes históricos; 2) comprar o histórico password com os jogadores mais experientes. Em tal barganha, os colaboradores da hierarquia humana ganham comida e, em troca, um horizonte.

Igualmente, cerveja e futebol compõem existencialmente o mundo em que nós, homens, vivemos. Cerveja e futebol. Cerveja e futebol. Cerveja e futebol. Cerveja e futebol. Não existe nada que atrapalhe esse casamento perfeito. Correto? Errado. A oposição está atenta. Pasmem os senhores: as mulheres, proprietárias dos meios de reprodução, colocam a tevê ao uso do Gugu. Sim, senhores, do Gugu. Hostilidade que só se explica por corporativismo de gênero. Ou você nunca notou pelo jeitinho do Gugu que ele é uma terceira [!!!] categoria?


3 comentários:

Anônimo disse...

Três(ou melhor seriam dois?) vivas ao retorno do blog!

Alias, se três sempre da merda, finalmente encontramos a resposta para a pergunta que não queria calar: por que o blog é o que é? Três escritores, tinha que dar merda!

Thiago Elias disse...

é, é mesmo

Thiago Elias disse...

curti o q vc fez com o blog carlos, é bom estar de volta!