sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Academias - Para uma aproximação ao objeto de Estudo

(Dedico este texto à Vitória do Carlos em busca da Ipanema do Bonfim)
É com grande prazer que volto a escrever para este pequeno espaço antes subversivo, hoje sabe-lá-oque. Faz tempo que gostaria de analisar o espaço de uma academia mais profundamente, e agora com a volta do blog vejo um momento oportuno pra tal.
Farei de modo como acho mais prazeroso, porque durante todo este semestre tive que fazer trabalhos sob o rigor ‘científico’. Iniciarei com uma analise das personagens envolvidas neste contexto, Cita-las-ei: ratos de academia, ‘posers’, senhoras velhas e gordas e nerds, por hora.
Ratos de academia identificam-se facilmente, camisas regatas, shorts ou calças de uniforme, e com uma garrafinha, que contém proteínas (“não é bomba, é natural” todos eles afirmam, inclusive com a ‘natureza’ lhes proporciona péssimo efeitos colaterais bem conhecidos.) A motivação deles é variada, mas não muito, ficar bombado obviamente para fins de procriação, ou pelo menos ganho de status na hierarquização social de machos alfa, o que passa pelo número de meninas que consegue pegar na balada. Ou pelo para ficar saudável, conceito que certamente não escapa muito do anterior, visto que saúde hoje em dia é sinônimo de tanquinhos!
Os ‘posers’ puxam o saco dos ratos, é normal ver 3 ou 4 deles em volta de um rato, querendo aparecer, ironicamente, preferem aparecer mais para os ratos do que para as meninas. Motivação é a mesma dos agente anteriores, mas sem toda a dedicação que estes tem pelo hipertrofismo. De qualquer modo, julgo-os patéticos.
Nerds (incluo-me aqui) são facilmente reconhecíveis. Roupas que não se encaixam no ambiente, anti-sociais, e com medo extremo de pagar mico, o que geralmente faz com que paguem assim mesmo, pelo humor negro do universo. A motivação é geralmente médica, afinal os hábitos da leitura e da computação trazem seus males, gordura localizada e problemas na coluna (o leitor que se preocupe).
Quanto às senhoras, pouco tenho a dizer. A motivação também parece-me médica, importante notar que elas tem um grupo próprio, que com seus olhares julgadores oprimem a todos, inclusive os ratos. Seus papos: novela, família, doença e morte.
Estes são as personagens básicas deste contexto. Claro que em ambos os gêneros, só coloquei as senhoras no feminino porque é mais raro ver senhores na academia. Visto estes personagens, uma coisa que muito me intriga é o tipo de música tocada na academia. Por quê Hip-hop? Que tenha que ser algo repetitivo é de se entender, mas porque techno? Por quê não algo com bateria e instrumentos de verdade no lugar daquelas programações ridículas?
Feito meu desabafo, só gostaria de concluir dizendo que se algum dia eu chegar a ter dinheiro, farei uma academia em casa para evitar freqüentar esse tipo de lugar!

2 comentários:

Carlos Pegurski disse...

É, Cacão, bom ve-lo novamente à ativa. E já que tive o prazer de ve-lo flanando pelas veredas bem iluminadas do capitalismo, encomendo o próximo para uma análise da conduta e do comportamento de humanos em chopens. O que me diz?

Anônimo disse...

Hahaha, a sutileza sociológica do Thiago é incrivel, mais observa a academia do que propriamente malha!