domingo, 20 de abril de 2008

Estrela cadente

Que se tome o céu por limite. Que se traga à luz da noite terrena os questionamentos sobre justiça – dos homens? de Deus? Que se lancem sobre a verdade todos os errantes de boa vontade para elucidá-la. Que se busque incessantemente a rede profana que tudo explica e não se pode conhecer.
Que se tomem todas as precauções para preservar as redes. Mas não agora. Não é dessas redes que a pequena precisa. Não são essas redes que devem encerrá-la nos braços. Não são essas redes que sem corte devem figurá-la por trás da tela. Não é assim que se preserva o amanhã. Não é assim que se conhecem os demônios.
Que se tomem os anjos com fé e peça-se que bem recepcionem a menina Isabella. Que se faça uma festa que ponha abaixo o céu! Que se celebre divinamente o dia em que o anjo muniu-se de fim e ingressou na eternidade. Que a tenham nos braços. Que a embalem dia após dia em cândida cantiga de bem viver. Que ofertem algodões-doces coloridos e pueris, mesmo que a chuva insista em derrubar a nuvem.
Que se cobre de César o que é de César. Mas que deixem a pequena estrela elevar-se sublime ao Lúdico. Que deixemo-la acertar a angelitude.
Que nos seguremos nós, que cá a gravidade e a saudade são sempre maiores. E que brilhe por nós.

3 comentários:

Thiago Elias disse...

ninguém comentou Carlos, ninguém entendeu...

"Em vão te inclinas pedagogicamente, o mundo jamais entenderá o cambalear das bebados ou o mergulho dos suicídas"

era mais ou menos assim (Piza J. Paulo Paes)

Zé Luiz Sykacz disse...

Clap, clap, clap... (isto são aplausos, entendeu?)

Tio Carlos é meu ídolo!

Élyka Dalossi disse...

admiro sua delicadeza