quinta-feira, 3 de abril de 2008

Determinismo analítico



Sobre a liberda determinada por fatalida determinada



A sala está em círculo, as mentes se alinham, forma-se um espírito monástico a ser compartilhado pela celebração: hoje é dia de seminário!


Seminário, aos menos versados na última e bela flor do Lácio, pode significar o nome do mosteiro onde residem e estudam padres em formação. Pode ainda significar o “nário” pela metade – que nário? O primo do Mário. No caso, porém, o significado de seminário diz respeito a uma discussão teórica ministrada por uma ou mais pessoas aptas a tal explanação, tendo como público pessoas determinadas que procuraram esse determinado evento que discorre sobre determinada episteme.


O ritual de hoje é de sociologia – oh, curioso determinante. Apresenta-se (com muita determinação!) a idéia do sujeito no mundo, na modernidade, nos clichês enfim. Clichês determinados, a saber. E diria mais: predeterminados, uma vez que o tema, o palestrante e o assunto são conhecidos a priori.


Para bem ilustrar ao que me referi – se é que minhas referências não foram demasiado indeterminadas – dou-me o trabalho de atualizá-los perante o andamento do seminário (que ainda mantém o significado de explanação prevista): questiona-se, relativiza-se, problematiza-se, enchicheza-se se o sujeito social sofre um determinismo social (oh, recorrência!) ou se, como sugere o conceito do autor, ele é sujeito ao seu jeito na sociedade.


Como o seminário é – como já disse em um passado muito bem determinado – determinado, faz-se claramente definido: explana-se religiosamente como o previsto que o agente é móvel e goza de livre arbítrio, manifestação da subjetividade. Diz-se isso com uma determinação seminarista! E, realmente, os seminaristas (os aqui citados, por exemplo) reproduzem com estética bastante pessoal o discurso predeterminado.


Uma boa saída (de um inegável sujeito social) para se romper com a determinação, a que com muito afinco e determinação me referi, é acabar essa explanação impressa antes da explanação oral – que perde-se no Indeterminado, irregistrada senão pela memória de determinadas pessoas.


Acabo aqui, portanto, em tempo: antes de terminado.

4 comentários:

Anônimo disse...

Caraca, você zoou mía cabeça.
Vou ter que ler de novo :D
Pera aí :*

Anônimo disse...

Nário pela metade que é primo do Mário... Mas que Mário? :$

E eu fiquei bem confuso naquele final com coisas indeterminadas, determinadas e terminadas. Sei lá.

Élyka Dalossi disse...

eu entendi tudo!
anos de experiências em aulas obscuras me deram subsídios suficientes para captar a profundidade das suas palavras. e quanto a elas, tenho apenas uma observação: vc esqueceu (ou talvez não) de mencionar que seminário pode ser aquele recurso universitario, empregado com grande desenvoltura por alguns professores que não querem dar aula: os alunos dão aula uns para os outros e fica por isso mesmo. dai dai eu acho que é uma """aula""".
E haja aspas!
valeu pela visita, volte sempre!

Gabriela disse...

Quanto determinismo interminado, carlosauguto!

Lembranças ao Mário. :)