sexta-feira, 1 de maio de 2009

contribuição para uma (ou duas) sociologia(s) do(s) meio(s) de transporte, e pelos parênteses.



Não pretendo aqui apresentar alguma teoria que dê conta de explicar o funcionamento das representações e práticas acerca dos meios de transporte, muito pelo contrário, quero desconstruir, afinal isso sempre foi mais fácil que construir qualquer coisa (os pós-modernos que o digam).


Cada cidade tem um modo de transporte característico, o Rio tem (ou tinha) os trens, São Paulo os mêtros (e os metro-sexuais), e Curitiba os ônibus. Como sou um garoto assaz provinciano me focarei nestes.


Para começar uma critica, ou duas, a dois grande intelectuais, que em suas correntes de pensamento esqueceram de analisar coisas simples como o meio de transporte, o que EU faço aqui para VOCÊ leitor. O grande e venerável Marx afirma que tudo o que é sólido se desmancha no ar, obviamente ele disse isso ignorando a realidade dos ônibus de Curitiba e dos meios de transporte em geral no Brasil (ver foto acima). Digo isso porque qualquer um que já esteve num desses transportes sabe que o cheiro do braço do vizinho não desmancha no ar, aliás deve ate desmanchar o próprio ar (02) e substituir por moléculas de suor (CC).


O outro intelectual que quero criticar só para criticar é Bauman. Grande sociólogo primo distante do Batman (outro teórico da sociedade). Bauman em algumas de suas obras discorre por intermináveis paginas sobre a fluidez das relações sociais nas sociedades modernas, ou contemporâneas. Tivesse ele pego um ônibus alguma vez na vida saberia que não há nada de fluído em um meio de transporte moderno. Alias, há quase que um bloco monolítico (Kubrick que o diga) constituído de uma massa de pessoas, onde já não há mais indivíduos mas o coletivo. O coletivo pelo coletivo, a volta a barbárie, os instintos animais do homem (e das mulheres) em sua forma menos civilizada, a luta pela sobrevivência. Como haveria fluidez num bloco onde desaparece o indivíduo?



Feita essas criticas encerro o texto. Que é um saco pegar ônibus de manha é. Que em todo lugar os meios de transportes estão super-lotados e ultra-poluentes estão. Mas que nada é melhor do que poder fazer uma analise sucinta e jocosa dessa realidade não é (ou é).

3 comentários:

Carlos Pegurski disse...

não é de hoje que sua veia sociológica se debruça sobre as superlotações dos meios de transporte, não é? aliás, a anterior falava de problemas na porta dos ônibus muito antes de incidentes homicidas. o Tchago é de fato a vanguarda das ciencias sociais.

Patrícia Velloso disse...

eita, que esse texto eu tinha que comentar. Olhe, vida de ônibus não é fácil. E sua "veia sociológica" me fez confessar que já houve ano em que eu dava alma para subir num certo ônibus, o tal lance das relações. Faço muita amizade sem querer, falo com estranhos e numa dessas conheci até namorado no ônibus, era um canalha? era, mas minhas idas e vindas (apesar da quantidade absurda de pessoas, do cheiro, do balanço a afins) eram divertidas, eu era da turma do fundão! rs, boas lembranças me vieram com seu texto, obg. (detesto essa gente que vem comentar e fica falando de si, pif, que coisa mais chata! E leia o meu comentário outra vez... Foi tudo o que eu fiz ¬¬)

Anônimo disse...

devo confessar que seus comentários vem evoluindo camarada velosso!