segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Algumas Breves Considerações Acerca do Mundo Laborativo


Queridos e queridas leitores desse pequeno espaço subversivo online. Nem me arriscarei mais a pedir desculpas pela demora nas atualizações, haja visto que as únicas mensagens ciberneticas que os outros idealizadores desse blog (Ave Cesar e Carlos) são quanto a minha demora. Pois bem, atualizemo-nos então.


Tenho vinte e um anos completados no ano da Graça de 2009. Até então jamais havia trabalhado, sempre que conto isso logo emendo dizendo que fazia estágio na Universidade, o que não é mentira, mas é uma (com o perdão da expressão) puta cara-de-pau, já que o estágio era de 1 semestre (4 meses na UFPR) num jornal chapa branca, com a incrível carga horária de 4 horas SEMANAIS.


Decerto os leitores estão curiosos querendo saber o que eu fazia da vida até então. Não fazia muita coisa, a única coisa que me rendia algum pouco dinheiro, eram as aulas de violão e guitarra que eu ministrava à pessoas mas vagabundas que eu. Mesmo com tanto tempo ocioso, a matéria da faculdade (a leitura) nunca estava em dia, e eu me sentia extremamente fatigado.


Pois bem, passei em um concurso público para a prefeitura de uma cidade da região metropolitana de Curitiba. Cerca de 1 hora pra ir, mais 1 hora para voltar, e a Universidade a noite (alguns dias da semana, eu certamente morreria se tentasse uma grade completa a noite, essa atitude me rendeu meio semestre a mais na faculdade). Chegamos aqui ao ponto em foco desta noite:o mundo do trabalho.

Extremamente Estranho, excetuando o fato de todos execrarem a minha demora em dar estarte à vida laborativa, ainda tive de me adaptar a um tipo de relação social muito diferente das das instituições de ensino, e das famliares.


No "serviço" há um pressuposto de que todos se gostam, coisa que agora com mais de tres meses de trabalho já caiu por terra faz tempo. É o tipo de relação mais hipócrita que já conhecia, mais hipócrita até do que de algumas igrejas, todos dão bom dia e sorriem, e na primeira oportunidade (CREU) pegam o cargo do coleguinha.


Por mim tanto fede quanto caatinga, entrei lá apenas pelo dinheiro (sim, não podia mais dar uma de pseudo-comunista, sem falar que preciso da grana para comprar armas para a revolução armada) não pretendo seguir carreira por lá nem nada, aliás preferia vender instrumentos musicais. Mas é triste ver que em uma prefeitura com cerca de 2000 funcionários, já temos uma pequena amostra das corruptelas e desonestidades que vão se ampliando a medida que incha a máquina estatal.


E o que um sociólogo faz numa hora dessas?


Creio que a maioria se misturaria com as pessoas, usaria seu incrivel instrumental político para ascender na carreira, daria mostras de sua inteligencia e potencial, mas eu, tímido, sem muita afeição pelos seres humanos, que nunca gostei de política, e preferi estudar a sociologia interacionista, fico lá tirando xerox, carimbando papel, e analisando as relações sociais, tranformando quatro anos de faculdade de ciências sociais em um belo passatempo...